Introdução
Tipos de lutas e sofrimentos que passamos e suas finalidades
a) Provação: Sofrimento e lutas que visam a testar e fortalecer a nossa fé, permitido e monitorado por Deus.
b) Tentação: Indução ao pecado, atiçada pelo mundo, Diabo ou nossa própria natureza decaída, que visa a nos derrotar espiritualmente.
c) Punição: Castigo pelos nossos pecados não arrependidos, nem perdoados.
d) Disciplina: Envolve punições, mas do ponto de vista bíblico, não é castigo.
- Deus não pune seus filhos, no sentido de condenação
- Jesus foi punido pelos nossos pecados
- Não há punição restante a ser paga por aqueles que experimentaram a graça salvadora.
“Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).
- Nossa dívida diante de Deus foi cancelada pela Cruz (Cl 2.14).
- Deus, muitas vezes, precisa nos corrigir, para que acertemos nosso caminho. Não é uma punição, e sim, correção.
- Castigando, Deus age como Juiz; disciplinando, como Pai.- No castigo, o alvo são os que se fizeram inimigos de Deus. Na disciplina, o alvo são Seus filhos.
- No castigo, a condenação é o objetivo. Na disciplina, a justiça.
- Na disciplina, não há um Deus irado julgando Seus inimigos com a condenação, mas um Pai amoroso, disciplinando Seus filhos para a retidão, para fazer o que Lhe agrada e para o nosso bem.
- ‘Paideia’ - O termo grego significa ‘educação’, ‘formação’, ‘treinamento’ de uma criança.
- Vivemos numa época de disciplina afrouxada e, por isso, estamos colhendo os frutos de uma sociedade que não tem mais limites.
- A disciplina de Deus não tem somente a ideia de correção, mas de criar um padrão, ou seja, influenciar a totalidade da formação de uma criança.
- Deus nos disciplina ao longo de nossa caminhada de vida, compelindo-nos a permanecermos dentro de Seus parâmetros, forçando-nos a exercitar nossos músculos espirituais e resistência, com o objetivo de que sejamos tudo o que o Senhor deseja que sejamos.
- Se há alguma resistência em nós, Ele continuará insistindo.
- A palavra ‘disciplina’ aparece seis vezes e derivadas dela, mais quatro vezes.
Quais são as bênçãos da disciplina divina?
1. A possiblidade de sempre vencer o pecado
“Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue” (Hb 12.4).- Não é uma luta qualquer, é uma luta contra tudo que nos afasta de Deus.
- Nada menos do que todas as nossas forças e a disposição de ir até o fim, serão suficientes para ficarmos de pé diante de Deus e permanecer na direção de Sua vontade.
- O problema do pecado é que ele sempre apela aos nossos desejos mais íntimos e busca satisfação longe de Deus.
- O oposto de pecar não é a inércia, não é a neutralidade, não é se abster das alegrias saudáveis da vida, não é viver sem prazer, mas é buscar nossa satisfação somente naquilo que Deus e Sua Palavra aprovam e no próprio Senhor, nossa real e maior alegria.
- Deus nos trata ao longo da nossa jornada, sempre com graça e misericórdia, mas esta graça também se manifesta como correção, portas fechadas, orações não respondidas, silêncio etc.
- Não temos resistido ao pecado ao ponto de derramar o próprio sangue, com renúncias às exigências pecaminosas da carne, do mundo e de Satanás
2. A prova do amor de Deus por nós
“Vocês se esqueceram da palavra de ânimo que ele lhes dirige como a filhos: ‘Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão.’ O Senhor disciplina a quem ama, e castiga [açoita, flagela] todo a quem aceita como filho” (Hb 12.5).
- Igual em Pv 3.11,12
- Se deixarmos Deus nos tratar como filhos, assim como queremos que Ele seja nosso Pai, então seremos semelhantes a Jesus.
- Deus deseja que seus filhos alcancem a Sabedoria e, para isso, é necessário usar a correção e a disciplina amorosa para alcançá-la.
- Em alguns momentos, por amor, Deus precisa nos disciplinar com os açoites da vida, por não estarmos dando atenção a outras formas de disciplina.
3. Confirma a nossa legítima filiação divina
Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos. Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos, para assim vivemos! (Hb 12.7-9)
- Deus disciplina, de maneira particular, Seus filhos, que são os que confessam o nome de Jesus como Senhor e Salvador (Jo 1.12).
- Não basta corrigir, é preciso nos mantermos corrigidos.
- A perseverança é uma marca que precisa acompanhar todos os filhos de Deus.
- Estamos sempre sob a disciplina de Deus, demonstrando que de fato somos seus filhos.
- Somente os filhos perseveram em fazer a vontade de Deus quando estão debaixo de sua correção de Pai.
- Nós sabemos que Deus almeja o nosso melhor e preferimos morrer a nos afastarmos de sua presença.- Quando as pessoas preferem ficar no erro, no engano e no pecado, ao invés de serem corrigidas por Deus, estão numa posição muito perigosa, e não podem dizer que são filhos de Deus.
- Estas são atitudes de gente bastarda, que não é filho, que só está ali ocupando espaço, como um joio, que se parece com o trigo, mas que não dá seus frutos.
- Se você sabe que peca, e pecamos, pois somos imperfeitos, e nenhuma tribulação corretiva ocorre em sua vida, há algo errado em sua condição espiritual perante Deus.
- Saber que Deus está me disciplinando é a maior indicação possível de que eu sou Seu filho.
- Se você é um pai amoroso, que disciplina seus filhos, pode se deparar com uma criança rebelde em algum lugar, mas você nada poderá fazer, pois não é seu filho.- Aqueles que não são seus filhos, Ele não disciplina.
- Responda à disciplina com gratidão e louvor, isto é glorioso.
- Pode também responder com murmuração e desânimo.
- O Senhor não corrige seus filhos com o propósito de vê-los sofrer, mas com o propósito de aperfeiçoá-los.
- Algumas pessoas confundem a correção do Senhor com um suposto desfavor divino, quando na verdade o sentido correto é exatamente o oposto.
Ilustr. No Império Romano do primeiro século, muitos homens poderosos tinham filhos ilegítimos que não recebiam seus nomes. Eram presenteados com bens e sustentados financeiramente, mas não tinham qualquer disciplina, pois não eram oficialmente reconhecidos. Os filhos oficialmente reconhecidos e herdeiros da herança da casa eram submetidos à disciplina rigorosa para o seu pleno desenvolvimento.
4. A participação em Sua santidade
“Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade” (Hb 12.10).
- A disciplina de nossos pais é administrada enquanto deles formos dependentes.
- Há a possibilidade de erro de julgamento, injustiça, fruto de personalidade e temperamento imperfeitos, excesso etc.
- A disciplina divina, no entanto, é infinitamente superior; sempre é imposta tendo em vista o bem do cristão e seu alvo é torná-lo semelhante a Cristo.
- A disciplina dos pais, por maior boa vontade que tenham, é temporária e está limitada ao seu entendimento.
- A disciplina divina vem fundamentada na sabedoria eterna e sabe como desfrutamos da qualidade de vida separada do pecado e para os propósitos eternos.
- Nossos pais fizeram o melhor que podiam e, por vezes, eles estavam errados, mas Deus é perfeito e sempre faz isso para nosso proveito, nosso bem.
- Seus meios de nos disciplinar visam a transformar o velho homem em um novo homem, segundo Cristo, levando Seus filhos à maturidade, a fim de atingirem a medida da plenitude de Cristo (Ef 4.13).
- “Sede santos, porque eu sou santo”
- A disciplina de Deus é para produzir santidade, pureza.
5. Produz justiça em nossas atitudes e paz em nosso coração
“Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados” (Hb 12.11ª).
- O período da disciplina é um período de tristeza, produto, muitas vezes, de dores, perdas, derrotas, enfermidade, solidão, abandono e por tantas outras coisas que podem ser usadas como instrumento de correção.
- É difícil alguém enxergar algum motivo de alegria em alguma dessas situações, mas, se é uma ação da disciplina de Deus, ela dará seus frutos, suas bênçãos.
5.1. Produz justiça: bom caráter, retidão, honestidade, integridade,
“Buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça e as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
5.2. Produz paz: humildade, quebrantamento, boa vontade, generosidade, fruto do Espírito.